A estatística vem para confundir o amor

por Leandro Lopes, do Coletivo Adiante

Parece mesmo que Belo Horizonte vai viver o maior carnaval da sua história. Pauta cheia de números a apurar. Ocupações hoteleiras, passagens aéreas e rodoviárias, fluxo de veículos nas estradas, efetivo policial, estimativa de gastos por pessoa, planilhas, calculadoras e balanças de precisão. Ainda mais depois de 14 cidades do interior do estado cancelaram seus festejos por racionamento de água. Mas a verdade é que a estatística vem para confundir o amor!

Qual a medida capaz de regular os abraços pelas ruas, as alegrias pelas ladeiras, os sorrisos dos baticuns? Claro que os dados que cantam os refrões de 1,5 milhão de foliões, dos 200 blocos confirmados, de 5 mil banheiros químicos, têm suas importâncias práticas, mas o carnaval é muito mais do que essas fitas métricas. Existem fantasias que costuram sonhos para além das necessidades econômicas e numéricas.

Que o carnaval de Belo Horizonte seja o maior da história pelas particularidades, pelas comoções individuais, pelos pulos festejantes, pelas cores robustas, pelos beijos roubados, pelas expectativas de sonhos alcançadas, pelas boas lembranças que deixará para quem o viveu. Menos bolso, mais abraço! Ah! Quando o carnaval chegar (se é que já não chegou)…