Amar à pé, amor, é lenha – mas vale a pena

por Coletivo Adiante
Texto: Camila Bahia Braga
Fotos: Sarah Dutra

O nome já dizia: Bloco da Bi-ci-cle-ti-nha. Mas eu que escolhi acreditar que conseguiria levar só meus pés e olhos e lá fui eu atrás das rodinhas.

O Bloco da Bicicletinha é um bloco que celebra a magrela, não só no carnaval. Ele tem outras edições durante o ano, todas temáticas: halloween, anos 80, animal – mas, no carnaval, o traje é livre. E foi essa liberdade que fez Papai Noel, zebra, pênis, abelha, cones, perucas e cores e luzes desfilarem belos e ágeis pela cidade.

A reunião na Praça da Liberdade ganhou um outro astral quando uma bici-sound-system chegou tocando amor em notas. Claro que, em algum momento [antes das 22h!] a Polícia Militar tinha que intervir, em toda sua arbitrariedade, pedindo a diminuição do volume; mas isso, nem de longe, abalou a alegria. Se tem uma palavra que define a galera da bike é disposição – e isso vale para o carnaval e para toda a vida.

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Vê-las passarem suaves feito nuvens em volta dos carros vagarosos [tão sufocados que até eu e meus pés-pressa conseguíamos ultrapassar]. Cristóvão Colombo, Getúlio Vargas – um lindo círculo de magrelas em dança -, Contorno, São Paulo. Os afobados da Savassi, os restaurantes chiques do Lourdes, os trabalhadores do centro. Todos diminuem suas marchas para deixar os olhos acompanharem as bikes – e tenho muita certeza de que o coração vai junto.

Mais que fantasias ou bateria ou estandarte, quem deu o tom do Bloco da Bicicletinha foram, definitivamente, os sorrisos, a leveza, o pedal-pluma. Eu, que nem guidão tinha, caminhava mais leve também, tão cheias de energia gostosa eram as minhas companhias.

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