Por um carnaval que passou

por Rafael Mendonça
Foto: Vinicius Rezende, do Coletivo Adiante |

A alegria de se poder viver o carnaval mais uma vez. Esse é um sentimento curioso, para quem havia se acostumado a passar o carnaval com uma cidade às moscas, como era o meu caso. Sempre tive um pouco de preguiça de sair da cidade durante estes feriados grandes por conta do tumulto que as outras cidades, estradas e afins ficam. Mas isso mudou. E para melhor.

Desde seu período embrionário que começou em 2005, seu estouro nos anos 2011, 2012 e o início de sua glória neste 2015, um mundo de coisas já se passaram por baixo desta ponte. Foram anos de pouca gente, muita gente, chuva, calor escaldante, gente pelada e muita, muita alegria pelas ruas da cidade.

Já tivemos blocões e bloquinhos e ano após ano a gente aprende a conviver melhor com esse fenômeno que é a transformação de uma cidade. Um carnaval que nasceu do desejo de ocupar cada rua, viela e avenida daqui. Ocupar, como já levou a festa para tantos lugares, vilas e ocupações. E este ano não será diferente.

Que não conta com a compreensão de uma parte de seus moradores, o ódio de outra e a devoção de muitos. Que por incrível que pareça está trazendo gente para cá! E vamos mais uma vez para as ruas.

Que não consegue afinar sua conversa com o poder público, muito por causa deles que não conseguem trazer sua população para dentro das conversas, passam a impressão que não estão com a mínima vontade de trazer o povo para si.

Mas nada disso importa, o lance é que daqui a pouco estaremos todos celebrando. Vivendo com a intensidade e alegria os lances destes quatro dias, que são mais e serão eternos.