Texto e fotos : Rafael Mendonça

Os filhos da Dona Ana Maria Silva Ribeiro não queriam deixar barato, Paulo Vitor Ribeiro, Bárbara, Núbia e Diego estavam afim de levar o que eles viam pela cidade afora para o Aglomerado da Serra. Um sentimento que só quem é altruísta e vive ali pode captar a importância disso. Afinal o carnaval de BH veio desse desejo de Ocupar. De se estar presente nos cantos e recantos dessa cidade.

O Tico Tico Serra Copo havia passado por lá no ano passado e talvez tenha plantado alguma semente. Os meninos já vinham fazendo o carnaval na escola onde sua mãe trabalhava havia uns três anos e a ideia deles quando começaram os ensaios lá por novembro, dezembro, era que a turma do aglomerado chegasse junto, mas a timidez talvez não tenha ajudado muito e pouca gente participou.

Quem colou foi a turma dos meninos, da faculdade e da rua, mas isso não impediu o barco de continuar sendo tocado. Pois afinal o sonho de Paulo Vitor é bem maior que o bloco, ele pretende continuar com as oficinas durante o ano e ir além. “A Serra é um lugar bom pra se viver e é muito rica em música e cultura. O projeto só esta começando e vamos fazer de tudo para manter uma oficina durante o ano para que, no próximo carnaval, a molecada do aglomerado esteja mais presente ainda”, nos conta Paulo.

Sobre o bloco em si, foi bem legal ver a turma “do asfalto” lá com a maior disposição em uma segunda feira de carnaval, ainda cedo. A Bateria comandada pelo amigo de infância Matheus Nunes Lobo mostra que tem muito potencial e aos poucos enquanto os instrumentos se aqueciam, os moradores começaram a chegar. Principalmente a criançada que ainda não tem os pudores dos adultos se esbaldaram.

A importância de ideias como essas não caberiam em um texto para internet. São coisas como essa que fazem a gente acreditar que os ideias de um carnaval do povo e para o povo continua sendo viável e que isso só depende da gente e da nossa vontade. “Eu acredito que ano que vem vai ser melhor porque se a gente se uni a gente fica mais forte”, isso aí Dona Ana é esse o espírito.