Carnaval, internet e o imediatismo nosso de cada dia

por Rafael Mendonça

Fazer carnaval, tirando uma meia dúzia, é coisa para abnegado. É dedicação, investimento tanto de grana quanto do seu tempo pessoal e muita disposição. Os blocos nascidos nestes poucos anos do festa em Belo Horizonte então, são exemplo maior disso. São pessoas que durante alguns meses do ano praticamente param sua vida para fazer a alegria da moçada.

Do outro lado, temos as redes sociais e a internet, essa invenção maravilhosa que nos traz tanta coisa boa, mas também chega forte com alguns dos piores defeitos do ser humano.

E é sobre essas duas coisas que queria falar. Há alguns dias, o irmão Leandro Lopes escreveu um ótimo texto aqui no Mapa da Folia sobre as razões e condições que levam alguns blocos a divulgar seus desfiles na última hora. É uma coisa que acho um direito dos blocos, seja por indefinição, para não lotar ou o que quer que seja.

Mas no mundo das redes sociais, que hoje é o principal meio de divulgação dos blocos, a coisa anda um pouco mais rápida e cada vez mais, uma parte das pessoas querem uma resposta rápida para seus problemas. A ansiedade generalizada do mundo moderno talvez esteja deixando o povo um pouco mais pra lá do que pra cá e isso gerou comentários nas páginas dos blocos que me deixaram azul de vergonha e de queixo caído.

São coisas que chegaram muito perto da agressão. Tinha gente xingando mesmo, no melhor estilo enfia esse bloco no PIIIIII. Outros comentários era ansiedade pura e ficavam doidos para ter seu planejamento na ponta do lápis. Entendo a ansiedade, não o xingamento. Isso para não falar dos trolls, essa turma que só quer mesmo é jogar gasolina na fogueira com sua imbecilidade.

Carnaval sem um pouco de caos não é carnaval. Por isso amigos preparem o coração que ano que vem vai ser igualzinho. E com o sucesso desse ano, veja bem já falo que foi um sucesso ainda na segunda de carnaval em que escrevo estas linhas, vai ser mais comum ainda. Paz nos corações.