Peixoto: seja off-line, seja herói

por Coletivo Adiante
Texto: Leandro Lopes
Fotos: Sarah Dutra

Era uma vez… um bloco que não tem página no Facebook, que não cria eventos, não desenvolve e-flyers, não anuncia aos quatro cantos seus horários, mas também não os nega, não faz ensaios, não distribui santinhos, não pinta a cara, não posta no Instagram, não tem medo de espalhar alegrias. Era uma vez… o Peixoto.

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Em tempos de exibicionismo, de distribuição de caretas felizes, de filtros descolados, de compartilhamentos, curtidas e comentários, ser off-line é ser herói. Seja off-line, seja herói. E o Peixoto é o amor em tempos de internet discada.

O mais incrível disso é ainda saber que ele existe apenas naquele instante em que passa na sua frente, naquele momento em que você o acompanha. Não existe passado, exceto na memória de quem esteve lá nos anos anteriores. Não existe futuro, exceto nos sonhos de se chegar mais um novo carnaval. E o Peixoto vai, nascendo e morrendo a cada ano, em acontecimentos únicos. Ele não faz parte das alas dos blocos que passam meses em preparação (ou seja: existindo antes do carnaval chegar). Ele, o Peixoto, é uma chama que acende e se apaga por um determinado tempo. E isso é tão lindo quanto saudosista. Eu já tenho saudades de ontem.

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