Primórdios

Uma capital de 117 carnavais

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por Fabrício Santos

Belo Horizonte é uma cidade de carnaval. Sempre foi, em seus 117 anos. Pode apostar nisso, querida foliã, nobre folião.

É verdade que mudanças demográficas e urbanísticas – remoções de comunidades, grandes rearranjos viários, obras de saneamento – além da múltipla alternância e descontinuidade nas iniciativas públicas, desencadearam transformações importantes no carnaval da cidade. Mas é também verdade, veríssima, que a folia em Curral Del Rey nunca arrefeceu. Seus mentores, mestres, entusiastas, brincantes e foliões jamais perderam o engajamento de corpo e alma na festança da carne.

Da manifestação original de 1897, sob a liderança dos operários da construção da cidade, desdobrou-se uma rica série de expressões carnavalescas marcantes para a capital mineira: as bandas de carnaval, as grandes sociedades carnavalescas, os clubes, o corso, o entrudo, as batalhas reais, os bailes de máscaras, concursos de fantasia, blocos caricatos, as matinês infantis, as escolas de samba, os blocos de rua em multiplicação nos últimos anos. É o curso natural da história; é o carnaval meu bem, amém!

Saudoso Lança Perfume, é certo que senhoras e senhores de boa memória se lembram das homéricas ressacas e excitantes festas vividas ao seu lado. Podemos contemplar este registro hoje, ó desaparecido psicotrópico carnavalesco!, vendo-o transportado em luxuosos recipientes metálicos pelas Camponesas Búlgaras, grupo de elegantes senhoritas mineiras, presença certa nos melhores bailes da cidade. Outros tempos, outras modas de uma história cheia de conexões, inflexões e guinadas.

Este nosso site é um convite para que você entre neste universo, explore fatos e fotos e sons de outros tempos, sinta o perfume dos bailes, o sotaque dos galanteios, as risadas no salão. A linha do tempo que você pode conhecer aqui é um começo de conversa, se aprochegue! E volte sempre, porque muito mais vem por aí nos próximos dias, semanas, meses…