Convidei o meu amigo Rodrigo para se juntar a mim nas reflexões de saideira, e acabamos fazendo este texto a quatro mãos.
Por: Rafael Soares e Rodrigo Moura
Fotos: Rafael Mendonça
Este Carnaval deixará marcas para sempre no povo e na cidade de Belo Horizonte. Teve de tudo um pouco. E, com a estimativa de mais de um milhão de pessoas nas ruas, podemos dizer que a festa está definitivamente fixada no calendário de eventos da cidade. Foram blocos pequenos, grandes e alguns gigantes, que desceram e subiram as ladeiras e mostraram a força que tudo isso já tem. Sem falar nas possibilidades abertas para o futuro.
Um carnaval feito por pessoas e para as pessoas, que o poder público ainda tenta entender. Neste sentido, foram mais erros que acertos. A BHTRANS entendeu melhor como funciona um bloco, mas ainda dá para melhorar bastante. Os banheiros aumentaram, mas a localização deles também dá para ser melhor e muito. Quando Belotur e Prefeitura começarem a entender que têm que conversar e principalmente ouvir quem faz a festa aí, os acertos finalmente ultrapassarão os erros. A polícia também precisa parar com suas certezas absolutas e abrir o diálogo. Por mais difícil que seja.
Cenas como a do Magnólia que voltava pela rua do mesmo nome e carros vinham em direção ao bloco, enquanto três PMs conversavam como se nada estivesse acontecendo. Eu e mais meia dúzia tomando conta do trânsito da avenida do Andradas no dia do Bloco da Praia da Estação, enquanto viaturas passavam. Essas coisas não podem acontecer.
Mas foram momentos antológicos, descobertas de novos blocos e um balanço de muita paz.
Sim, o carnaval de Belo Horizonte vingou. Não dá mais pra segurar, explode coração. Tudo aquilo para que trabalhamos (sim, folia é trabalho) frutificou nisso que você viu este ano. Muita gente na rua, blocos às pencas, boca a boca e uma tonelada de lixo eletrônico, este inclusive. Isso é para comemorar.
Adeus churrasco, adeus carro na vala, adeus sítio. Adeus Rio, adeus Salvador. Agora é com a gente.
Vale uma reflexão: se queremos ou não blocos enormes. Não é para nós que escrevemos este texto. Então, sem chororô, parabéns a quem apostou na tradição e na força da massa e quer continuar bombando na avenida de chapeuzinho amarelo atrás do trio elétrico, mas parabéns também para quem quer fazer um carnaval menor, com bloco no chão, programação na moita e trajetos ousados. Nós preferimos esse carnaval, e isso é uma questão de escolha. Tem pra todo mundo.
Nós vemos sempre os mesmos músicos nos blocos . São incansáveis. Loas a eles! Essa galera é o carnaval. Se você quiser tocar no bloco, louvamos o seu impulso. Por favor se dirija aos ensaios e aprenda a tocar as batidas desses cânticos, afinado e no tempo. Do contrário, incomoda os ouvintes e atrapalha os músicos. Mesmo que você “saiba” tocar: saber tocar não é conhecer a bateria de seu bloco preferido.
E agora é esperar que em 2016 a coisa venha bonita de novo, com mais blocos, mais diversidade, mais organização.
VALEU BELLOT!!!!!!!!!!!